Castelo de S. Jorge em Lisboa |
m Portugal tem tradição milenária a utilização da pedra com as mais variadas finalidades, geralmente em satisfação de toda uma vasta gama de necessidades de ordem material e espiritual. A arte de trabalhar a pedra deixou, no nosso País, bem marcados os traços da sua incessante evolução desde as épocas a que remontam os instrumentos e os monumentos Pré-Históricos que chegaram até nós até à era dos modernos edifícios e das grandes obras de engenharia e arquitectónica, atestando sempre a eficiente utilização dessa matéria-prima ao tirar partido das suas naturais qualidades de beleza, durabilidade e fácil conservação. Em particular, pontes, calçadas e edifícios romanos, castelos dos primeiros tempos da nacionalidade, os mosteiros de Alcobaça, da Batalha e dos Jerónimos, o grandioso convento de Mafra, palácios e outras obras monumentais de diversas épocas, encontram-se intrinsecamente ligados à nossa História constituindo marcos vivos dos tempos decorridos e exibem, na sua robustez ou na sua sumptuosidade, o rigor das técnicas de trabalho utilizadas pelos nossos antepassados. A grande variedade de tipos de rochas que, de Norte a Sul, abundam em território nacional - mármores, granitos, calcários, brechas e xistos, entre outras - faz delas, ainda hoje, a matéria-prima por excelência para diversos trabalhos de Engenharia Civil. É desse modo que toda uma legião de arquitectos, engenheiros, construtores civis, escultores, decoradores e canteiros dá largas à sua criatividade e acentua a procura de novas soluções técnicas e estéticas prevendo o emprego da pedra, contribuindo, ao mesmo tempo, para o melhor aproveitamento e valorização dos recursos de que o País dispõe. A modernização das indústrias extractiva e transformadora, com a adopção de novos métodos de desmonte e serragem e com a utilização das mais recentes técnicas de polimento, tem contribuído decisivamente para a manutenção e o incremento da procura que, tradicionalmente, distingue as rochas portuguesas. Em concomitância com essa modernização têm sido estudadas e lançadas estruturas empresariais mais flexíveis e dinâmicas, permitindo a sua sobrevivência face a possíveis fases de conjuntura económica adversa ou, mesmo, a simples flutuações do mercado. 0 relançamento da indústria do sector tem possibilitado, desde já, o aumento da rentabilidade e da qualidade do fabrico e a incorporação de um valor acrescentado bastante satisfatório no produto transformado relativamente ao preço da matéria-prima e, consequentemente, o aumento da competitividade e valorização dos produtos portugueses no mercado internacional. Apesar de apenas a partir da década de 80 se ter procedido à sua caracterização sistemática, fundamentando-se as múltiplas aplicações de que são susceptíveis, as rochas ornamentais portuguesas beneficiam de elevada preferência em muitos países da Europa e em alguns dos países Árabes e do Oriente desde longa data. Efectivamente, as suas naturais qualidades não passam despercebidas aos mais exigentes apreciadores, pelo que a sua procura tem vindo a aumentar progressivamente. 0 sucesso do indispensável incremento do sector ver-se-á facilitado através de todo o trabalho de certificação e de garantia da qualidade já iniciado e pelo esforço envidado pelos industriais no cumprimento dos quantitativos e dos prazos de entrega fixados. No ano de 2003, a produção de rochas ornamentais portuguesas excedeu as 1.600.000 Ton, num valor aproximado de 110 milhões de euros. Estes números são a garantia de que o sector das rochas ornamentais constitui um seguro factor de desenvolvimento com base numa riqueza natural de que o País dispõe em abundância. A par do importante passo que constitui a publicação do catálogo impresso sob a forma de 4 volumes, a presente versão online assenta já em algumas especificações para as matérias-primas e para os produtos acabados em função da respectiva utilização. A disponibilização de um conjunto completo de especificações contribuirá decisivamente para a racionalização do aproveitamento das rochas portuguesas lançará as bases para a adequada selecção, prescrição e dimensionamento dos produtos segundo o fim em vista e contribuirá, ao mesmo tempo, para facilitar o entendimento entre os sectores produtivo e consumidor, exportador e importador. (voltar ao topo) |